Hospital da Mulher da universidade estadual, em Campinas, confirmou nesta quarta diagnóstico positivo em bebê em 18 de maio. Unidade destaca série de medidas para evitar contaminações. Fachada do Hospital da Mulher da Unicamp, em Campinas
Reprodução/EPTV
O Hospital da Mulher da Unicamp (Caism), em Campinas (SP), confirmou nesta quarta-feira (7) que identificou na unidade o primeiro caso de contaminação pelo superfungo Candida auris neste ano. Segundo a unidade, o diagnóstico ocorreu em 18 de maio e o paciente é um bebê prematuro.
Trata-se também do primeiro e único caso positivo em Campinas (SP), de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. “Todas as medidas de prevenção e controle foram implementadas pelo hospital. A Vigilância Sanitária monitora a investigação e as medidas implementadas”, diz texto da assessoria da pasta ao mencionar que a unidade pode continuar a fazer partos e atendimentos a pacientes.
O paciente apresenta boa evolução clínica, em que pesem condições associadas à prematuridade e baixo peso, informou o Caism. “Essas condições são comuns a recém-nascidos prematuros e não estão diretamente relacionadas à infecção”, diz nota enviada pelo hospital à EPTV.
Medidas de contenção
O Caism destacou que desde aquela data tem realizado ampla investigação entre outros pacientes do hospital e até o momento não registrou novos diagnósticos positivos para o agente patológico. Além disso, mencionou que novos rastreamentos estão em andamento para confirmar o resultado prévio.
“Como princípio metodológico de redução do risco de disseminação do fungo, o hospital adotou precaução de contato no tratamento de bebês que tenham sido atendidos por profissionais com histórico de contato direto com o caso fonte”, destaca outro trecho da nota.
Ainda de acordo com o Caism, com exceção do bebê contaminado com o superfungo, as demais crianças em precaução de contato não apresentaram resultado positivo para o fungo.
“Iniciar essa medida frente à simples hipótese de infecção ajuda a conter a disseminação de patógenos e a proteger pacientes e profissionais da saúde”, diz texto ao mencionar que o caso já foi notificado às autoridades sanitárias competentes para inclusão em boletins sobre o assunto.
Riscos
Segundo especialistas, o fungo pode não oferecer risco às pessoas saudáveis, mas pode levar à morte quem tem sistema imunológico debilitado. O Candida auris foi identificado pela primeira vez no Japão, em 2009, e depois se espalhou por países na Europa, África, Ásia, Oceania e das Américas.
O primeiro caso foi identificado no Brasil em 2020, e neste ano há registro de surto em Pernambuco.
As regiões do corpo onde o Candida auris costuma ficar são: ouvidos, narinas, axilas e virilhas. Nesta fase, não há sintomas. Mas, um machucado, uma ferida na pele ou o uso de algum tipo de catéter no hospital pode dar a chance de que esses fungos entrem no corpo, atinjam a corrente sanguínea e provoquem uma infecção. Em casos graves, podem até prejudicar órgãos como o coração e o cérebro. É quando o paciente pode ter febres, calafrios e o agravamento de doenças que o levaram ao hospital.
O fungo Candida auris visto do microscópio
GETTY IMAGES/BBC
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Cuidados
O Caism destacou que adotou outros cuidados sobre limpeza e orientações após confirmar o caso:
Limpeza e desinfecção do local de internação e dos equipamentos médico-hospitalares com produto à base de peróxido de hidrogênio;
Reforço da orientação das equipes assistenciais quanto às técnicas adequadas de higienização das mãos e de paramentação (luvas, toucas, aventais, etc.);
Realização de limpeza concorrente do local de internação no mínimo a cada 3 horas. Ou seja, em vez da limpeza terminal, feita após alta do paciente ou transferência dele para outra área, a concorrente é realizada durante a permanência do paciente no ambiente de cuidados de saúde;
Designação de artigos e produtos para saúde exclusivos para o paciente durante internação;
Redução do número de visitas ao bebê que teve contaminação. Os visitantes têm recebido reforço das orientações sobre higiene das mãos, uso de avental e luvas; as coletas de leite são na mesma sala onde a criança está internada, com a supervisão e orientação da equipe de enfermagem; e a movimentação dos pais dentro do hospital é mínima e indispensável.
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