Preço médio da gasolina na última semana foi de R$ 5,04 enquanto o do etanol foi de 3,65, segundo a ANP. Recap aponta que gasolina pode aumentar entre R$ 0,26 e R$ 0,32 a partir de 1º de junho com nova tributação do combustível. Bomba de gasolina em posto de combustíveis
Jorge Júnior/Rede Amazônica
O preço médio do litro da gasolina caiu R$ 0,21 em Piracicaba (SP) depois do anúncio da redução de preço do combustível para as distribuidoras pela Petrobras. Já o valor médio do etanol apresentou queda de R$ 0,27 no período, o que é relacionado pelo sindicato do setor varejista a um excesso de oferta no mercado.
O cálculo foi realizado pelo g1 com base na comparação das pesquisas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) da semanas entre 7 e 13 de maio, que antecedeu o anúncio de queda dos preços nas refinarias, e da última semana, entre 21 e 27 de maio.
O preço médio da gasolina na última semana era de R$ 5,04. O menor preço encontrado na pesquisa com 17 postos da cidade foi de R$ 4,88. Já o etanol apresentou preço médio de R$ 3,65, mas o menor preço encontrado foi de R$ 3,45.
Preços do litro da gasolina em Piracicaba
Diretor da regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Recap), Augusto César Mafia afirma que essa queda recente nos valores dos combustíveis ainda é reflexo da política de preços anterior, antes do governo federal anunciar o fim da paridade de preço de importação (PPI).
“Tivemos uma queda importante do barril de petróleo e uma queda do dólar e estava se seguindo ainda aquela paridade internacional. A partir dos próximos movimentos é que vai ser utilizada essa nova política da Petrobras”, explica.
Mafia acredita que os valores para o consumidor final já estão estabilizados e não devem cair mais nos próximos dias.
“Já percebemos a queda em patamares muito parecidos com que as distribuidoras repassaram. Lembrando que o repasse que acontece na refinaria passa pela distribuidora para chegar nos postos. Então, não é exatamente aquilo que o governo divulgou, por exemplo, como patamar de reajuste, até porque tem uma cadeia de impostos por trás disso, tem uma série de custos, e tem as margens que vão acontecendo”, afirma.
Preços do litro de etanol em Piracicaba
Em relação ao etanol, ele afirma que a queda que tem ocorrido se deve a outro fator. “O único produto que ainda está caindo consideravelmente é o etanol, mas por conta de um excesso de oferta, então isso também não está ligado ao preço da gasolina”.
O diretor regional do sindicato explica que a gasolina pode voltar a subir a partir de 1º de junho, quando entra em vigor um novo sistema de tributação para ela, com a aplicação de uma alíquota única de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o Brasil inteiro.
“Isso deve, teoricamente, causar um aumento em torno de R$ 0,26 a R$ 0,32 por litro da gasolina a partir do dia 1º caso a Petrobras não interfira nessa questão. Porque existe uma possibilidade da Petrobras baixar o preço do produto para que o impacto desse aumento do imposto não chegue diretamente nas bombas. Mas isso ainda é só uma especulação”, aponta.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante audiência em comissão da Câmara
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Haddad indica possível compensação
Duas rodadas de aumento na tributação sobre combustíveis estão previstas para os próximos meses, o que pode impactar os preços ao consumidor — pressionando-os para cima.
Porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que a Petrobras, estatal controlada pela União, pode agir para impedir ou, pelo menos, atenuar altas nos preços em razão da elevação de impostos.
Para isso, a empresa teria de baixar os preços dos combustíveis na bomba quando os aumentos de tributos começarem a valer – o que já foi feito anteriormente, em fevereiro deste ano (quando houve aumento de impostos federais).
Petrobras anuncia nova política de preços dos combustíveis
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