Fisioterapeuta do Al-Merrikh, Joílson Amorim relatou medo durante uma abordagem de milicianos a ônibus que levava integrantes do clube e perda de passaportes na chegada ao Egito. Fisioterapeuta de time de futebol do Sudão chega a Capivari
Jogadores e outros integrantes brasileiros do clube de futebol Al-Merrikh que deixaram o Sudão em meio a um confronto violento com mais de 500 mortos desembarcaram nesta quinta-feira (27) em Guarulhos (SP). Morador de Capivari (SP), o fisioterapeuta Joílson Amorim descreveu momentos de tensão vividos em uma viagem de cerca de mil quilômetros até a fronteira com o Egito para tentar voltar para casa.
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Nove brasileiros fazem parte do Al-Merrikh. Joílson revelou o medo durante uma das abordagens aos passageiros durante o trajeto ainda em território sudanês.
“O momento mais tenso foi na volta para o Brasil, quando estávamos no ônibus, nas últimas 72 horas de suposta trégua. Saímos de ônibus do clube para atravessar o deserto e ir até o Egito, paramos em uma barreira dos milicianos e eles perguntaram onde nós iríamos. Mandou descer do ônibus e aí você não sabia o que poderia acontecer”, relata.
“Não dorme por isso, por pensar na família, porque poderia não voltar a ver a família novamente”.
Viagem de ônibus entre Sudão e Egito durou 44 horas
Arquivo pessoal
Foram 44 horas da saída de Cartum, capital do Sudão, até a chegada no hotel em Assuã, no Egito. “Foi tenso porque nesse momento muitas pessoas [estavam] tentando entrar no Egito e a imigração do Egito perdeu nossos passaportes”, revela.
O grupo precisou entrar em contato com a embaixada brasileira no Cairo para que eles auxiliassem na recuperação dos passaportes.
“Era orar e imaginar que estudo estava certo, com Deus no controle e no tempo de Deus iria acontecer o melhor”, relembra.
Grupo armado em trajeto no Sudão
Arquivo pessoal
Joílson narra que se sentiu mais seguro apenas quando chegou ao território egípcio, mas o alívio completo apenas aconteceu em solo brasileiro.
“Quando cheguei no Brasil aí foi felicidade total e agradecer a Deus por essa oportunidade de estar vivo e poder rever a família”.
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Fisioterapeuta brasileiro de time do Sudão narra momentos de tensão na saída do país: ‘não sabia o que poderia acontecer’
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