Alavancada pelos transportes, emissão de gases do efeito estufa tem alta na região de Piracicaba


Estudo divulgado pelo Laboratório do Clima apontou crescimento de 2,2% de 2022 para 2023. Setor de transporte rodoviário é responsável por 45,44% das emissões. Trânsito de veículos na Rodovia Luiz de Queiroz, em Piracicaba
Edijan Del Santo/EPTV
Alavancada pelo setor de transportes, a emissão de gases do efeito estufa cresceu 2,2% em Piracicaba e região. É o que aponta a análise do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), divulgada pelo Observatório do Clima.
Em 2022, foram emitidas 3,56 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2e) na atmosfera. Já em 2023, o número subiu para 3,64 milhões.
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Carbono, metano, ozônio, enxofre são gases que contribuem para o efeito estufa. A fim de padronizar, o SEEG fez a conversão desses poluentes em gás carbônico. Portanto, a medida do estudo é em toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2e).
Os gases do efeito estufa contribuem para o aquecimento global. O fenômeno resulta em eventos climáticos extremos como calor e secas, enchentes e queimadas.
Carros elétricos são apontados por especialista como uma das saídas para mitigar a emissão de gases do efeito estufa
Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
Influência do setor de transportes
O principal setor com emissão desses gases na região de Piracicaba é o de energia, impulsionado pelos transportes rodoviários, que representam 45,44 % dos lançamentos.
Para o David Lapola, pesquisador e vice-coordenador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (CEPAGRI) da Unicamp, uma das saídas para a diminuição desses lançamentos é a troca do transporte a combustão pelo elétrico.
“A gente precisa acabar os veículos a combustão. Devemos incentivar a frota elétrica, seja de carros, caminhões e ônibus”, afirma o pesquisador David Lapola.
No entanto, ele afirma que o cenário estadual ainda não está alinhado a essa tendência.
“No caso do Estado de São Paulo, há uma carga tributária extrema para os veículos elétricos como forma de garantir subsídios para os veículos mais antigos, que são a combustão e que têm indústria presente aqui. Já no caso dos veículos elétricos, o IPVA é caríssimo, enquanto em outros estados é muito mais barato. A falta de incentivos é contra essa mitigação das mudanças climáticas”, acrescenta.
Questionado sobre a falta de incentivos para veículos híbridos, o Governo do Estado de São Paulo garantiu que combate a emissão de gases poluentes por meio de projetos que estão listados no Plano de Ação Climática do Estado 2050 (PAC2050) e no Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (PEARC).
“As ações possuem metas para os anos de 2030, 2040 e 2050”, observou o governo.
Dentre as iniciativas destacadas pela administração estadual estão o investimento de R$ 32 milhões na criação de um centro para produção de hidrogênio de baixo carbono.
“O projeto avaliará diferentes aspectos da produção, armazenamento, transporte, distribuição, uso e regulamentação do hidrogênio de baixo carbono, com a missão de promover a produção e o desse produto”, detalhou.
Além disso, o governo afirma que “viabilizou projetos” dedicados à produção de veículos híbridos movidos a eletricidade e biocombustíveis.
Queda no desmatamento reduz emissão de gases do efeito estufa em Piracicaba
Guilherme Valdanha
Redução na metrópole
Apesar do aumento da região, a metrópole Piracicaba, maior cidade dentre as 18 da área de cobertura do g1 Piracicaba, teve uma queda nas toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2e) emitidos na atmosfera.
O volume foi de 1,071 milhão de toneladas para 1,062 milhão em 2023. A queda foi impulsionada pela redução do desmatamento na cidade, que caiu 48,4% em um ano.
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