Materiais são reciclados e viram matéria-prima para diversas indústrias. Produtos com defeito devolvidos por consumidores ganham novo destino em recicladora
A devolução de produto com qualquer tipo de defeito é um direito do consumidor. De acordo com levantamento do Procon-SP, de janeiro a novembro de 2023, houve 17.306 queixas de produtos com avarias. Já neste ano, foram pouco mais de 18 mil casos.
Com as reclamações, os itens devem ser recolhidos pelas empresas vendedoras. Após recolhimento, são destinados a recicladoras, que transformam os produtos em matéria-prima para a indústria.
Nova Odessa (SP) tem uma dessas empresas. Por lá, são reciclados itens defeituosos de higiene pessoal, como fraldas e absorventes, produtos comestíveis, como bebidas, e eletroeletrônicos.
O primeiro passo na recicladora consiste em desmontar o produto e separar de acordo com o material. No caso dos eletrônicos, um único item tem diversos tipos de materiais, como ferro, plástico, cobre e outros.
Reciclagem de produto em empresa de Nova Odessa
Reprodução/ EPTV
Venda e reutilização
A empresa fica encarregada de separar e vender esse material para outras indústrias, que vão utilizá-los como matéria-prima.
“Por exemplo, fios e cabos. Temos uma máquina que tritura os cabos em pedaços pequenos e faz a separação. De um lado, cai o metal, como o cobre ou alumínio. Do outro, fica o plástico que envolve o fio. O cobre é encaminhado para uma indústria siderúrgica, que vai transformá-lo em matéria-prima para novos fios. Já esse plástico pode ser utilizado como matéria-prima na fabricação de asfalto e pisos emborrachados de quadras”, explica Henrique Mendes, gerente comercial da recicladora.
A unidade da empresa de Nova Odessa recicla 500 toneladas de todo tipo de produto por mês. No caso de alimentos e bebidas, a reciclagem vai além das embalagens.
“O que gera do líquido, transformamos em outros produtos. Bebidas açucaradas e com teor alcoólico, por exemplo, transformamos em álcool em gel ou outros tipos de álcool para utilizarmos na nossa própria operação ou comercializarmos como produto sustentável”, explica Henrique.
“É um uso muito mais nobre desse equipamento ou produto, que até então era entendido como resíduo, algo que não teria valor”, complementa.
De acordo com a própria recicladora, neste ano, houve aumento de 60% na demanda de reciclagem de itens com defeitos e avarias. O crescimento decorreu de vendas realizadas no Dia das Crianças, Black Friday e outras compras de fim de ano.
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