As 18 cidades da área de cobertura do g1 somaram 124.323 cadastros em dezembro. Em 2023, eram 116.992 negócios formalizados. Tamiris Pecorari trabalha com confeitaria afetiva em Piracicaba
Tamiris Pecorari/Arquivo Pessoal
A região de Piracicaba (SP) terminou o ano de 2024 com 7.331 microempreendedores individuais (MEIs) ativos a mais que no ano anterior, segundo levantamento do Sebrae-SP. As 18 cidades da área de cobertura do g1 somaram 124.323 cadastros em dezembro. Em 2023, eram 116.992 negócios formalizados. Conheça as histórias da confeiteira afetiva e da artesã que encontraram no empreendedorismo caminhos de sucesso em seus negócios.
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O levantamento do Sebrae utilizou como base dados da Receita Federal. Confira, abaixo, a lista de cidades e o comparativo entre os anos de 2023 e 2024.
MEIs Ativos na região de Piracicaba
Piracicaba
Município fechou 2024 com 40.025 Microempreendedores Individuais, ante 37.018 registrados em 2023; na região, são 141.305 MEIs, alta de 6,3% no período comparativo.
Levantamento do Sebrae, divulgado nesta segunda-feira (27), aponta que a cidade de Piracicaba fechou o ano de 2024 com 40.025 Microempreendedores Individuais (MEIs), o que representa um aumento de mais de 3 mil formalizações, frente 37.018 MEIs registrados em 2023.
Em toda a área de abrangência do Escritório Regional do Sebrae-SP, que reúne 17 municípios, 2024 terminou com 141.305 MEIs ativos, uma alta de 6,3% sobre os 132.962 registros de 2023.
Tamiris Pecorari trabalha com confeitaria afetiva em Piracicaba
Tamiris Pecorari/Arquivo Pessoal
Confeitaria afetiva
Tamiris Pecorari, de 35 anos, atua com confeitaria afetiva e está formalizada desde 2019. Entretanto, o empreendedorismo faz parte de sua vida desde a infância.
“Quando criança fazia desenhos e minha vó costurava roupas de boneca para que eu pudesse vender e, aos 12 anos, comecei a produzir doces e, desde então, atuo no ramo da confeitaria”, relembra.“Não me imagino fazendo outra coisa, se não empreender”, celebra Tamiris.
A empreendedora afirma que seu faturamento mensal, que em média equivale a cerca de seis salários mínimos, em datas comemorativas como o Natal chega a dobrar.
A confeiteira destaca que há algumas datas que impactam de forma relevante o seu negócio. “O Natal é a segunda maior delas perdendo apenas para a Páscoa , mais esse ano confesso que me surpreendi com a alta nas vendas dos produtos natalinos”, contou.
Tamiris Pecorari trabalha com confeitaria afetiva em Piracicaba
Tamiris Pecorari/Arquivo Pessoal
Planejamento
A empreendedora conta que o planejamento é fundamental para o sucesso das apostas.
“Desde setembro [de 2024], eu vinha me preparando para o Natal, fazendo estoque de embalagens principalmente pois o valor se torna muito diferente com a proximidade da data , e então no final de outubro faço sessão de fotos e começo a divulgaçao e vendas , com a compra antecipada dos insumos consigo também trabalhar com valores mais atrativos ao meu cliente”, relatou.
Tamiris Pecorari trabalha com confeitaria afetiva em Piracicaba
Tamiris Pecorari/Arquivo Pessoal
Ela explica que os detalhes fazem toda diferença.
“Por ser uma data onde as pessoas presenteiam muito, investi em lembrancinhas e também nos tradicionais panetones e chocotones recheados , que por serem caseiros e sem conservantes e corantes são sucesso de venda por aqui, noto que as pessoas estão procurando mais por produtos artesanais, principalmente para presentear”, descreveu.
Tamiris Pecorari trabalha com confeitaria afetiva e é atenta às tendências da época em Piracicaba
Tamiris Pecorari/Arquivo Pessoal
Empreendedores mais atentos
De acordo com o analista de negócios do Sebrae-SP, Bruno Fermino, os empreendedores estão mais atentos aos benefícios obtidos ao se formalizarem.
“Além do registro ser gratuito, ele traz vantagens como acesso a previdência social, linhas de crédito como as do Banco do Povo, emissão de notas fiscais para serviços e produtos e até a possibilidade de abrir conta bancária como pessoa jurídica”, diz Fermino.
O analista aponta que, na região, há um destaque para os serviços, setor que, segundo ele, a formalização pode trazer algumas oportunidades.
“Entre elas, a possibilidade de atender empresas maiores, participar de licitações e ter condições favoráveis para crescer e consolidar o negócio”, afirma o profissional.
Patrícia da Silva Delgado é artesã em Piracicaba
Patrícia da Silva Delgado/Arquivo pessoal
Motivação após um AVC
Patrícia da Silva Delgado, de 45 anos, trabalha como artesã e curadora voluntária da Casa do Artesão Tirolês. Ela se formalizou em 2022. A motivação foi um AVC sofrido pela empreendedora em 2014 que, anteriormente, fazia artesanato como hobby e para complemento de renda.
De acordo com Patrícia, o AVC não deixou sequelas físicas, entretanto, algumas limitações começaram a ser percebidas cerca de cinco anos depois. A empreendedora, que atuava como gerente de treinamento em franquias, dominava o Excel. Entretanto, após o ocorrido, o panorama mudou.
“O Excel foi como se eu olhasse uma folha de papel em branco quando eu tive contato com ele novamente. Também eu tinha fluência em outros idiomas, que desapareceram. O inglês que era fluente ficou nível primeira série. Eu não tentei, não busquei reaprender isso”, diz.
“Buscar o refúgio no artesanato foi uma das melhores coisas que eu fiz”, aponta Patrícia, que hoje recebe em média R$ 2 mil com o artesanato. Durante o Natal e o Dia da Mães, o valor recebido chega a R$ 5 mil, segundo a artesã.
Patrícia da Silva Delgado é artesã em Piracicaba e encontrou no artesanato novo sentido para vida
Patrícia da Silva Delgado/Arquivo pessoal
Por que formalizar?
Segundo a analista de negócios do Sebrae-SP em Piracicaba, Maria Ivone Rodrigues, a formalização é essencial. “Os benefícios são numerosos e podem impactar diretamente no sucesso e na sustentabilidade do empreendimento”, argumenta.
Ela destacou alguns pontos importantes que justificam a formalização:
Acesso a crédito: Empresas formalizadas têm mais facilidade em obter financiamentos e linhas de crédito junto a instituições financeiras. Isso se deve à transparência fiscal e à possibilidade de apresentar um histórico financeiro, o que reduz o risco para os bancos
Oportunidades de crescimento: A formalização abre portas para parcerias e colaborações com outras empresas, além de permitir a participação em projetos maiores, que exigem uma estrutura legal e fiscal adequada.
Legitimidade e credibilidade: Um negócio formal transmite confiança aos consumidores e parceiros. A formalização gera uma imagem de seriedade, o que pode aumentar a clientela e a aceitação no mercado.
Geração de negócios B2B: Muitas empresas preferem trabalhar apenas com fornecedores formalizados, o que pode limitar as oportunidades de negócios para aqueles que permanecem na informalidade. A formalização permite a participação em cadeias produtivas e contratos corporativos.
Exportação: Para empresas que desejam expandir suas operações para o exterior, a formalização é um requisito básico. A formalização garante que a empresa esteja em conformidade com as leis internacionais e facilita o acesso a mercados externos
Acesso a licitações públicas: Somente empresas formalizadas podem participar de licitações, o que abre um leque de oportunidades com o setor público, muitas vezes uma fonte significativa de receita.
Redução de riscos: Estar na informalidade expõe o empreendedor a riscos legais e fiscais que podem resultar em multas, penalidades e até no fechamento do negócio. A formalização ajuda a proteger o empresário e sua propriedade
Patrícia da Silva Delgado é artesã em Piracicaba
Patrícia da Silva Delgado/Arquivo pessoal
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