Familia de jovem morto com tiro na cabeça em Piracicaba protestam e por justiça

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No fim da tarde deste sábado (06), familiares, amigos e moradores da região se reuniram na Rua Raul Ataíde e seguiram até o final da Avenida Corcovado, no bairro Vila Sônia, em Piracicaba, para pedir justiça pela morte de Gabriel Júnior. O jovem foi baleado na cabeça durante uma ação da Polícia Militar na semana passada, no bairro Boa Esperança, e não resistiu aos ferimentos.

A manifestação, pacífica e carregada de emoção, reuniu dezenas de pessoas que carregavam cartazes, usavam camisetas com a imagem de Gabriel e gritavam palavras de ordem. O clima era de indignação e dor, marcado pelo pedido uníssono: justiça.

“Não vamos deixar que isso seja esquecido. Queremos que a verdade apareça, e que os responsáveis sejam responsabilizados”, disse uma prima do jovem, que participou do protesto.

Caso segue sendo investigado pela Polícia Civil

Gabriel Júnior foi atingido por um disparo na cabeça no dia 1º de abril, durante uma abordagem policial. Segundo a versão dos policiais envolvidos, o jovem teria reagido à abordagem ao jogar pedras contra a viatura, o que teria motivado o disparo.

No entanto, essa versão é contestada por familiares, vizinhos e amigos do rapaz, que alegam que ele não representava ameaça real à equipe policial. A família afirma que Gabriel estava em discussão com sua companheira quando a polícia chegou, e que ele não portava nenhum tipo de arma.

O jovem foi socorrido inicialmente para a UPA da Vila Sônia, em estado gravíssimo, e posteriormente transferido para o Hospital dos Fornecedores de Cana, onde não resistiu e morreu horas depois.

Policiais foram afastados e caso gera comoção

Os policiais envolvidos foram afastados das atividades operacionais e seguem à disposição da corporação. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que aguarda laudos periciais e o depoimento de testemunhas para esclarecer as circunstâncias da ocorrência.

A manifestação deste sábado buscou dar visibilidade ao caso e pressionar as autoridades por celeridade e imparcialidade na apuração dos fatos. “É muito difícil perder alguém assim, sem explicação. O Gabriel tinha uma vida inteira pela frente”, disse uma vizinha da família, com os olhos marejados.

Durante a passeata, o trânsito foi momentaneamente interrompido em alguns trechos, com apoio de familiares para garantir a segurança dos participantes. A Polícia Militar acompanhou à distância e não houve incidentes.

Justiça e memória

O ato terminou no final da Avenida Corcovado, onde amigos soltaram balões brancos em homenagem a Gabriel e fizeram uma oração. Uma faixa com a frase “Gabriel presente!” foi estendida no asfalto, em um gesto simbólico de resistência e luto.

A família ainda estuda entrar com uma representação no Ministério Público pedindo acompanhamento do caso por órgãos independentes.

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