Diretor regional da Associação Brasileira de Franchising aponta como fatores para o cenário positivo a retomada pós-pandemia e credibilidade das marcas junto aos consumidores. Confira os segmentos com melhores resultados. Lojas fraqueadas no shopping de Piracicaba: setor tem alta no faturamento no início de 2023
Toni Mendes/ EPTV
O faturamento das franquias em atividade na região de Piracicaba (SP) teve um aumento de 20,89% na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2022. Com a elevação nas receitas, o segmento também criou 1.045 postos de trabalho. Os dados são da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
De acordo com as estatísticas, o faturamento de janeiro a março de 2022 foi de R$ 376,4 milhões, enquanto nos três primeiros meses deste ano foi de R$ 455,1 milhões.
Piracicaba e Limeira (SP) respondem por 69,68% do montante total neste ano. Por outro lado, os maiores aumentos foram registrados em Saltinho (64,8%), Rio das Pedras (54,19%) e Cordeirópolis (51,32%). Veja no quadro abaixo:
Faturamento das franquias na região de Piracicaba
Diretor regional interior de São Paulo da ABF, Guto Covizzi explica que o cenário na região segue a tendência estadual e nacional e aponta dois motivos para o resultado positivo.
“O arrefecimento da pandemia é o principal na nossa visão […] Esse ano, eu vou usar a frase ‘tudo voltou ao normal’. E está caminhando muito bem. O outro é a força do franchising […] Essa marca tem credibilidade porque está em um processo de franquia, que é a padronização, e ele [consumidor] tem muita tranquilidade em consumir nesses locais”, analisa.
Construção tem maior alta de unidades
A região fechou o trimestre com 1.654 unidades de franquia, o que representa 65 a mais que as 1.589 do mesmo período de 2022, um aumento de 4,09%.
Os maiores aumentos de novas empresas foram nos segmentos de casa e construção (11%), saúde, beleza e bem estar (8%), e entretenimento e lazer (8%). Já a área de alimentação teve elevação de 2% na quantidade de novos negócios.
“Entretenimento e lazer não tem como não dizer que o pós-pandemia, a vida voltando, o sair de casa, o praticar o lazer fora daquele ambiente em home está muito forte. […] E tem o turismo. Esse realmente está muito forte, e vem mostrando essa junção entre pós-pandemia e a credibilidade do setor de franqueados. A construção é o motor da economia brasileira, ela está realmente com um crescimento positivo nesse setor. Então, não me surpreende”, elenca o diretor regional da ABF.
Pequenas reformas impulsionaram construção civil, afirma gerente de rede
Home Center Ferreira Costa/Divulgação
Diferente dos setores que tiveram retomada com a regressão da pandemia, o setor de casa e construção não foi afetado pela crise sanitária. Pelo contrário, viu seu faturamento aumentar. É o que aponta o gerente de unidade de negócios e operações próprias da Casa do Construtor, Julio da Mata.
“Nosso salto vem nesse momento [da pandemia], que é um momento difícil para toda a humanidade, mas para o nosso setor foi muito forte. Se a gente colocar uma lupa olhando para o nosso negócio, a Casa do Construtor, o nosso salto em número de unidades vem de 2020 para cá. Praticamente dobra nossa operação de 2020 para cá”, revela.
Ele atribui o resultado aos novos perfis impostos durante a necessidade de isolamento social imposta pela Covid-19.
“Primeiro que todo mundo foi para o home. Muitas férias foram aplicadas nesse momento […] Pequenas reformas que estavam programadas e nunca executadas chegou o momento de fazer […] Ele [consumidor] buscou estar ocupado com uma atividade que vai melhorar o conforto na casa dele”, explica.
Por outro lado, os seguintes segmentos tiveram queda no número de novos franqueados:
Limpeza e conservação: -3%
Hotelaria e turismo: -9%
Serviços automotivos: -11%
Serviços e outros negócios: -14%
Moda: -15%
Comunicação, informática e eletrônicos: -21%
Serviços educacionais: -26%
Conforme mostra o gráfico, a quantidade de novas unidades é maior na metrópole, mas cidades com menos habitantes tiveram resultados semelhantes às mais populosas.
“É natural que [as marcas franqueadoras] cresçam em grandes centros e depois vão se ramificando, porque o mercado é gigante e tem muito potencial. Então, é natural que, passados alguns anos – e isso não é uma coincidência nesse período, é apenas uma realidade de tendência – as cidades menores vão absorvendo marcas de franquias e vão crescendo. Tem de pulverizar, e não há dúvidas que as cidades menores vão ter muito potencial”, afirma Covizzi.
Julio da Mata aponta que a rede que representa tem encontrado alta rentabilidade não apenas em grandes centros como também em cidades de cerca de 20 mil habitantes.
“Eu consigo fazer uma entrega muito rápido. São cidades onde eu não tenho a complicação de deslocamento que eu encontro nos grandes centros. E outra: eu consigo uma mão de obra que segue comigo firme. É aquele morador que mora a duas quadras da loja, que vai trabalhar a pé, e vê ali uma grande oportunidade. E a gente consegue ter um time muito enxuto”.
Empregos
Já em relação à criação de novos postos de emprego, os maiores saldos positivos foram em Piracicaba, com 499 empregos criados, e Limeira, com 179.
Já em relação a aumentos percentuais entre os primeiros trimestre de 2022 e 2023, se destaca Engenheiro Coelho, que teve uma alta de 80,49% na quantidade de vagas abertas, seguida por Rio das Pedras (38,17%) e Cordeirópolis (32,12%).
Criação de empregos por franquias na região de Piracicaba
Como ter sucesso como franqueado?
Para Covizzi, o sucesso para quem tem interesse de se tornar um franqueado depende de fatores específicos.
“Primeiro pesquisar em todas as áreas, não só na internet, mas conversar, visitar e, no momento em que escolher o segmento dele – e é importante ele ter o prazer naquilo que ele quer investir -, aí comparar. Compare, não deixe de comparar […] A partir do momento que ele pesquisou, selecionou, comparou, não tenho dúvida que a partir daí ele pode tomar a decisão”, recomenda.
O diretor da associação indica, também consulta à Circular de Oferta de Franquias (COF).
“Isso é, na verdade, depois que ele fizer contato com uma, duas, três [unidades franqueadas]. E, no momento que ele se cadastrar, ele vai receber um contato comercial. E o fundamental: ler a circular de oferta e comparar. E quando ele compara, não é grande ou pequeno. Uma rede pequena tem muita qualidade e, às vezes, não é o tamanho. O que importa é a seriedade da franqueadora”.
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