Meningite: região de Piracicaba vê casos mais do que dobrarem e mortes quase triplicarem; estado faz apelo por vacinação


Em 2022, região registrou 93 contágios e 14 óbitos pela doença, diz Secretaria Estadual de Saúde. Especialista faz alerta para a chegada dos dias mais frios; entenda por que o risco aumenta. Neisseria meningitidis, a bactéria que causa a meningite meningocócica
Wikimedia/Divulgação
A região de Piracicaba (SP) registrou em 2022 mais do que o dobro de casos de meningite em relação ao ano anterior. Além disso, o número de mortes quase triplicou no mesmo comparativo. Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde a pedido do g1 nesta semana, quando é celebrado o Dia Mundial de Combate à doença.
A meningite é uma inflamação na membrana que reveste o cérebro e a medula espinhal (meninge). Ela pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas e ocasionar dor de cabeça, fadiga, mal-estar, febre alta e rigidez de nuca. As taxas de mortalidade e sequelas são consideradas altas.
LEIA TAMBÉM
MENINGITE: o que é, como ocorre a transmissão e o que fazer para se proteger
De acordo com o levantamento, a região teve em 2021 42 casos da doença, sendo que cinco dessas pessoas morreram. Já o ano passado terminou com 93 casos e 14 mortes.
Ou seja, o número de pacientes com meningite subiu 121% no comparativo e o de óbitos, 180%.
Por outro lado, as cidades tiveram uma queda nos números neste começo de 2023. Também segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo (SES-SP), nos quatro primeiros meses do ano, foram 13 casos e uma morte. No mesmo período de 2022, houve 19 casos e 4 mortes na região.
Apelo por vacinação
Os tipos mais frequentes de meningite são os causados por infecção, seja por vírus ou bactérias. O público infantil é o de maior risco para a doença.
A vacina, que começou a ser disponibilizada em 2010 pelo Ministério da Saúde, é uma proteção importante contra os casos bacterianos, que costumam ser mais graves. Não existe vacina para meningite viral. As vacinas disponíveis no calendário de vacinação do Programa Nacional de Imunização são:
Vacina meningocócica (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C.
Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite.
Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.
Em meio ao aumento de casos de meningite e aproveitando a semana de combate, o estado de São Paulo aproveitou para fazer um apelo para que a população se vacine contra a doença, já que a cobertura foi de 77% em 2022, enquanto a meta é de 95%.
Aumento de casos e baixo índice de vacinação são preocupações no combate à meningite em SP
Frio aumenta risco de contágio
A professora de pediatria Lívia Manolio Franco faz um alerta para a chegada dos dias mais frios. Segundo ela, nessa época do ano, as chances de contágio aumentam.
“No outono e no inverno, a gente tem uma piora porque a gente se aglomera um pouco mais, tem uma tendência de ficar em locais fechados, a gente também tem as vias aéreas mais ressecadas durante essa época, então tem uma facilidade maior de o bichinho transitar dentro de nós”, explica.
Por conta disso, a professora reforça a importância do uso de máscaras por parte de quem está com meningite e a lavagem de mãos para todos.
VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região
Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba

Adicionar aos favoritos o Link permanente.