Desmatamento desde 2019 na região de Piracicaba equivale a 29 campos de futebol; veja antes e depois em imagens de satélite

Dados são de toda a série histórica da plataforma MapBiomas. Extrações estão relacionadas às atividades de expansão urbana e agropecuária e a mata atlântica é o bioma mais afetado. Antes e depois de desmatamento de 0,68 hectare de mata atlântica para expansão urbana em Piracicaba
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A região de Piracicaba (SP) teve 31,78 hectares de mata atlântica e cerrado desmatados desde 2019, o equivalente a 29 campos de futebol. As extrações desses biomas estão relacionadas a atividades de expansões urbanas e agropecuária.
Os dados são referentes a toda a série histórica da plataforma do MapBiomas Alerta, iniciativa multi-institucional envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia que monitora a cobertura e uso da terra no Brasil.
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O MapBiomas Alerta publica toda perda de vegetação nativa detectada pelos sistemas provedores de alertas e validada em imagens de satélite de alta resolução. No entanto, não realiza avaliação sobre legalidade ou não das extrações de mata nativa.
“Essa avaliação é de exclusiva competência dos órgãos públicos e/ou das instituições privadas e financeiras que podem acessar livremente os dados disponibilizados pelo MapBiomas Alerta”, observa.
Na região de Piracicaba, desde 2019, foram gerados 20 alertas de desmatamento em oito diferentes cidades, a maioria deles em Piracicaba, que também é o município com maior dimensão de área desmatada (24,45 hectares). Veja no quadro abaixo:
Alertas de desmatamento de vegetação nativa na região de Piracicaba desde 2019
Com nove alertas, atividades de expansão urbana com desmatamento representam 19,25 de hectares de extrações de vegetação nativa, enquanto a agropecuária está relacionada a 11 alertas e 12,53 hectares de área desmatada.
Já em relação ao tipo de bioma, a mata atlântica representa 19 dos alertas e 28,91 hectares de área desmatada, enquanto o cerrado está ligado a um alerta e teve 2,87 hectares extraídos.
9% de vegetação nativa na metrópole
Um estudo do projeto “Corredor Caipira – Conectando Paisagens e Pessoas” de 2021 apontou que, à época, Piracicaba possuía 9% de vegetação natural em todo seu território, o que corresponde a uma área de 12 mil hectares. O grupo aponta que esse cenário tem como reflexo a escassez híbrica.
“O clima da região tem mudado intensamente nos últimos 20 anos e uma das características que a gente tem percebido ao longo dessas duas décadas é a redução do volume de chuvas. Por que restaurar? Porque as florestas funcionam como uma espécie de esponja, captando água da chuva e levando até o lençol freático, permitindo seu abastecimento para nosso consumo e de todos os seres vivos”, explica a engenheira agrônoma Luciana Cavalcante Pereira, responsável pelo diagnóstico de paisagem e monitoramento do projeto.
Antes e depois de desmatamento de 14,47 hectares de mata atlântica para expansão urbana em Piracicaba
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Ela explica que vegetação natural é um fragmento com mata Atlântica e Cerrado, áreas naturais capazes de fornecer “serviços ecossistêmicos”, como produção de água, polinização e dispersão de sementes, conservação do solo, entre outros.
“Considerando o cenário atual de degradação, é essencial que se estabeleçam estratégias de recuperação para a região, visando reduzir os efeitos da fragmentação e da perda de habitat, de forma a garantir a conservação da biodiversidade e a oferta dos serviços ecossistêmicos das áreas de vegetação natural”, acrescenta Luciana.
O projeto atua para implantar 45 hectares de flores e agroflorestas e formar corredores agroecológicos que conectem importantes fragmntos florestais no estado de São Paulo.
Antes e depois de desmatamento de 1,77 hectare de mata atlântica para expansão urbana em Rio das Pedras
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Estado anunciou monitoramento aéreo
Um mapeamento de áreas de risco e de desmatamento anunciado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH) do Estado de São Paulo vai utilizar tecnologias como fotos aéreas em alta resolução, infravermelho, laser e satélite para aumentar a precisão no monitoramento e planejamentos de ações nas 645 cidades do território.
As ações devem ter início no litoral e na região de Piracicaba e a previsão é de que o sistema esteja disponível para todas até fevereiro de 2024.
Contratado pelo Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC), vinculado à SDUH, o mapeamento é feito por uma aeronave, na qual é acoplada uma câmera fotogramétrica com resolução espacial de 25 centímetros que cobre toda a área a ser mapeada.
Antes e depois de desmatamento de 2,87 hectares de cerrado para agropecuária em São Pedro
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O g1 questionou a Prefeitura de Piracicaba e Polícia Militar Ambiental a respeito de medidas adotadas a respeito do desmatamento de vegetação nativa, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
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