Cidade enfrenta problema crônico de alagamentos em períodos chuvosos. Rio Capivari durante transbordamento em janeiro deste ano
Edijan Del Santo/EPTV
A revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento de Capivari (SP) começa a ser discutida nesta quarta-feira (3), após sete anos de atraso. A prefeitura quer priorizar nesta revisão soluções para os problemas crônicos com enchentes na cidade, além do cumprimento de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O plano diretor foi implantado em 2006 e nunca foi revisto. Uma lei federal determina que a revisão seja feita a cada dez anos, para adequar à nova realidade das cidades.
Para iniciar o processo, a prefeitura contratou em 2022 a Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (Fusp), por meio do Instituto de Estudos Avançados, para fazer diagnósticos sobre os problemas do município.
De acordo com o secretário de Projetos, Convênios e Captação de Recursos, Felipe Rusignelli, agora será iniciado o processo de revisão, que vai incluir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), determinados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“Com base nisso a gente vai revendo a cidade de uma forma sustentável. Capivari passa todos os anos por problemas de enchente, então esse plano também toma esse cuidado com a questão do mapeamento da cidade, no enfrentamento das enchentes e das mudanças climáticas”, afirmou.
Rio Capivari transbordado
Tonny Machado/Raízes FM
Segundo ele, o intuito é melhorar o planejamento urbano de forma geral e incluir vários outros temas. “Esse plano é muito importante para o município porque está sem atenção há muitos anos”, afirmou.
“Um dos intuitos da revisão do plano é que o meio ambiente seja preservado e a questão da enchente seja avaliada com atenção maior. E aí fica contemplado no plano as medidas de curto, médio e longo prazo. Então por exemplo, se tiver que desocupar uma região, ou fazer desassoreamento do rio e outras medidas. Isso tudo ainda vai ser trabalhado.”
As ações que serão tomadas a respeito das enchentes vão ser definidas a partir do diagnóstico feito pela USP e pelas sugestões da população, segundo o secretário.
Felipe Rusignelli explicou também que, apesar de ser uma das prioridades da prefeitura resolver essa questão, o plano engloba outros assuntos de igual importância para o desenvolvimento do município.
“A enchente é um dos itens que envolve o meio ambiente, mas tem também desenvolvimento urbano, social, econômico. É a cidade como um todo. É que a enchente é um assunto bastante recorrente, ainda mais que a gente passou por cinco cheias de dezembro para cá”, explicou o secretário.
O plano deve seguir os cinco eixos de atuação abaixo:
Pessoas: cultura, mobilidade e transporte, saúde e bem-estar, educação
Prosperidade: habitação, expansão urbana, uso e ocupação do solo, agricultura
Paz: segurança, respeito à diversidade, gestão democrática e participação popular
Parcerias: cidade inteligente, fortalecimento às pesquisas
Planeta: qualidade urbana, impacto ambiental, meio ambiente
Vista aérea da cidade de Capivari (SP)
Divulgação/ Prefeitura de Capivari
Participação popular
Os moradores de Capivari podem participar do desenvolvimento do Plano Diretor por meio das oficinas que a prefeitura realiza, a partir desta quarta-feira (3). As atividades vão acontecer no prédio da Secretaria da Educação.
A participação é livre e gratuita para toda a população, não sendo necessário inscrição, apenas comparecer no local nos dias indicados, a partir das 18h30. O objetivo das oficinas é reunir associações de bairro e moradores para abordar possíveis melhorias para o município a médio e longo prazo.
“O plano diretor não é um ato só do município, é um ato da população”, ressaltou o secretário.
Os interessados também podem participar com sugestões por meio do site: https://capivari.sp.gov.br/portal/plano-diretor/.
Enchentes crônicas
Capivari tem problemas crônicos com enchentes por conta do transbordamento do rio que corta a cidade. De dezembro de 2022 até março de 2023, a cidade viveu cinco enchentes, sendo em dezembro a pior da história.
Na época, o Rio Capivari atingiu 4,30 metros. O limite para transbordamento é de 2 metros e seu nível normal é de 80 centímetros.
Rua alagada em Capivari durante cheia do rio
Prefeitura de Capivari
Duas semanas depois da pior enchente, o rio voltou a transbordar e deixar, novamente, desabrigados pela cidade.
Poucos dias depois, com as chuvas que atingiram a cidade e região, o nível voltou a subir, registrando a terceira enchente desde dezembro. Já no início de fevereiro, o rio transbordou novamente.
Ainda em fevereiro, após novas chuvas, o rio transbordou mais uma vez, deixando desabrigados.
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Atrasada 7 anos, revisão do Plano Diretor de Capivari começa a ser discutida com foco em enchentes e desenvolvimento sustentável
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