‘Asfalto a frio’: entenda a técnica polêmica usada por Piracicaba para agilizar reparos de tapa-buraco


Prefeitura ressalta que método é paliativo e adotado em vias onde há fluxo intenso de carros. Engenheiro alerta para possíveis prejuízos ao pavimento. Em vídeo, morador questionou serviço. Aplicação de asfalto a frio na Rua Emílio Bertozzi, em Piracicaba
Reprrodução/EPTV
A Prefeitura de Piracicaba (SP) passou a adotar, de forma paliativa, a aplicação do “asfalto a frio”, com o objetivo de agilizar os trabalhos de tapa-buraco em vias da cidade. Especialistas, no entanto, alertam para a qualidade inferior da técnica e destacam que ela pode ser prejudicial para o pavimento. Veja abaixo detalhes.
De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Zeladoria (Semozel), esse tipo de asfalto pode ser aplicado sem a necessidade de máquinas para o assentamento.
“A via é liberada após a aplicação, e a compactação é feita pelos próprios veículos que passam pelo local, sem que o material grude”, diz.
Por conta da agilidade, a pasta destaca que o método, considerado uma complementação dos serviços de reparo, é mais utilizado em vias onde há fluxo intenso de carros, como forma de não atrapalhar o trânsito.
“A medida ocorre de forma paliativa até que o serviço maior seja feito”, afirma a secretaria.
Equipe da prefeitura de Piracicaba realiza tapa-buracos pisando no asfalto
Técnica pode prejudicar asfalto
Em um vídeo obtido pela EPTV, afiliada da TV Globo, um morador registra a aplicação do asfalto a frio na Rua Emílio Bertozzi, no bairro Algodal. Na gravação, ele questiona a qualidade do serviço (assista acima).
“Olha só tampando o buraco. A pessoa vem, com um saco na mão, joga no buraco, e a gente paga um absurdo de imposto. É fim de mundo”, diz.
Para entender se a técnica é viável, o g1 conversou com o engenheiro civil Rodrigo Martins. Segundo ele, o método deve ser utilizado apenas para pequenas manutenções. Ainda assim, pode ser prejudicial ao asfalto.
“A técnica de aplicação de asfalto a frio é utilizada para pequenas manutenções, para manutenções nas quais você não consegue deslocar maquinário para realizar a aplicação de asfalto a quente. Essa aplicação [de asfalto a frio] prejudica a manutenibilidade do asfalto, que são os períodos de manutenção do afalto. Terão manutenções mais recorrentes caso seja utilizada essa técnica.”
O especialista afirma que não é possível estimar a durabilidade do asfalto a frio, já que isso depende de fatores como o fluxo de veículos do local e a frequência de chuvas. Martins, no entanto, reforçou que a medida deve ser apenas paliativa, antecedendo o reparo definitivo.
“Ela não é uma técnica ideal visando o longo prazo, mas é algo paliativo, de urgência. Se tem algo de urgência a ser realizado, é melhor estancar a sangria do que fazer licitação, escolher empresa, vai demorar muito. Caso não tenha a previsão de fazer asfalto a quente, o asfalto a frio retarda um pouco a manutenção e proporciona o uso”, completa.
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