Brasileira ajuda a evacuar escola da Tailândia durante terremoto que deixou mortos no país: ‘crianças começaram a chorar de medo’


Hellen de Freitas descreve desespero de pessoas que estavam em prédio. Apesar do susto, todos conseguiram deixar o local em segurança. Uma missionária brasileira que está na Tailândia relatou momentos de desespero durante a evacuação de uma escola infantil, devido ao terremoto que teve abalo sentido no país.
Hellen de Freitas, de Engenheiro Coelho, no interior de São Paulo, atua como auxiliar de professora e foi uma das responsáveis pela retirada de dezenas de crianças do prédio da unidade de ensino, em prevenção a um possível desabamento.
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O terremoto de magnitude 7,7 atingiu Mianmar e já deixou 144 mortos. Além da Tailândia, o abalo também foi sentido na China.
A missionária trabalha em uma cidade que fica a oito horas de carro da capital tailandesa, Bangkok, onde os tremores derrubaram um prédio em construção. Na capital, são 9 mortos.
“Ela [professora da sala] abriu a porta gritando muito: ‘todo mundo para fora agora, todo mundo’. A forma como ela gritou não vou conseguir nem te passar, mas foi um grito de desespero. Ela é mãe, ela me falou depois que ela queria salvar a vida das crianças, mas ela também estava pensando no filho dela'”, relata Hellen.
Prédios no Centro de Bangkok sentem tremores de terremoto de magnitude 7.7
A brasileira conta que ficou em choque por um momento, ainda sem saber o que estava acontecendo. “Até aquele momento eu não sabia o que estava acontecendo, mas eu falei: ‘tenho que proteger minhas crianças'”.
Hellen detalha que a ordem era deixar todos os pertences para trás e deixar o local imediatamente. “As crianças começaram a colocar o sapato, a professora gritou: ‘não coloque o sapato, sai correndo'”, acrescenta.
‘Estava tentando tirar o máximo de pessoas’
Apenas durante a evacuação ela recebeu a informação de que se tratava de um terremoto. “Eu não estava sentindo nada. Alguns professores sentiram, mas eu acabei não sentindo nada”, observa.
Um grupo de 22 crianças ficou sob a responsabilidade da brasileira durante a saída do local.
“Eu estava tentando tirar o máximo de pessoas possíveis naquele momento”.
Foto mostra prédio caindo em Mandalay, em Mianmar, durante o terremoto desta sexta.
STR/AFP
Choro e vômito de nervoso
Os alunos foram retirados em segurança, mas os reflexos do medo ficaram visíveis após isso.
“Minhas crianças começaram a chorar, duas crianças começaram a chorar de muito medo: ‘nós vamos morrer, o que tá acontecendo?’. Aí eu tive que abraçar, tipo, dar aquele amparo […] Um aluno meu estava descendo com o meu irmão, ele começou a vomitar uma, duas, três vezes de nervoso. Uma criança de 7 anos, mas ele entendeu que era uma situação angustiante”, conta.
Preocupação de família e amigos
Passado o susto, Hellen também precisou tranquilizar familiares e amigos que estavam no Brasil. Devido ao fuso horário, era de madrugada em seu país natal no momento do terremoto.
“A gente já mandou mensagem para os nossos pais para, antes de ver qualquer notícia, já ver a nossa notícia para saber que a gente estava bem. Mesmo assim, minha mãe falou que várias pessoas da família ligaram, mandaram mensagem, estão perguntando até agora se tá tudo bem, se a gente está seguro. Eu também tive que postar nas redes sociais: ‘gente, eu estava longe, graças a Deus, só foi um susto'”, finaliza.
Mapa localiza o epicentro do terremoto de magnitude 7,7 desta sexta-feira (28).
Arte/g1
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