Garoto brincava na rua em frente de casa quando foi atacado; ele perdeu completamente uma das orelhas, mas não corre riscos. Animal ficou ferido ao ser separado da criança e morreu. Delegacia de Polícia Civil de Nova Odessa
Jonatan Morel/EPTV
A Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-SP) confirmou que a Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso do pit bull que atacou um menino de 10 anos em Nova Odessa (SP). No ataque, na sexta-feira (5), a criança chegou a perder uma orelha, mas não corre riscos de morte. Ela está internada no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, em Campinas (SP).
De acordo com a secretaria, o tutor foi ouvido na delegacia e liberado. Já o animal chegou a ser recolhido pela Defesa Civil, mas morreu devido aos ferimentos sofridos no momento em que pessoas tentavam separá-lo do menino.
“O caso citado é investigado por meio de inquérito policial instaurado pela Delegacia de Nova Odessa. O dono do cachorro foi ouvido e o animal levado por agentes da Defesa Civil. Outras diligências estão sendo tomadas com o objetivo de apurar os fatos”, diz a SSP, em nota.
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A pasta destacou, ainda, que “mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial”.
O boletim de ocorrência aponta que o ataque aconteceu às 21h55 da sexta-feira, na Rua Cuiabá, Jardim São Jorge.
Policiais militares foram acionados para atender a ocorrência e no local, foram informados que o cachorro teria escapado da casa de seus tutores antes de atacar a vítima, que brincava em frente à sua casa.
Donos podem ser autuados
A Prefeitura de Nova Odessa, por sua vez, disse que os tutores do pit bull, moradores de uma casa vizinha à da vítima, foram notificados pelo Setor de Zoonoses por terem permitido que o cão saísse à rua sem tutor, focinheira e guia.
Além disso, explicou que abriu um processo administrativo, e que, dependendo do que for apurado nesse processo, a notificação pode virar autuação, com base em uma lei municipal. Já o animal irá passar por necrópsia pela equipe de Zoonoses.
“A Administração Municipal lamenta profundamente o ocorrido e presta apoio à família do garoto. A Secretaria Municipal de Saúde acompanha situação do menino desde final da noite de sexta-feira”, complementou.
Mãe se jogou sobre o cão
A mãe do garoto atacado contou à EPTV, afiliada da TV Globo, que se jogou em cima do cachorro na tentativa de salvar o filho do ataque. Apesar da tentativa, a criança sofreu mordidas no rosto e teve a orelha decepada.
“Ele [pit bull] derrubou meu filho no chão pela canela. Quando meu filho caiu no chão, ele soltou onde ele estava [mordendo] para derrubar e foi para o rosto do meu filho. Quando ele foi para chegar perto do rosto, consegui puxar o cachorro para o meu peito. Falei: ‘a única maneira de esse cachorro sair é eu me jogando para o meu peso parar ele’. Me joguei em cima do cachorro”, disse a mãe.
Segundo a mulher, depois disso, um outro filho dela segurou a cabeça do cachorro, mas, como o animal insistiu no ataque, foi necessário feri-lo.
Local onde pit bull atacou criança em Nova Odessa
Wesley Justino/EPTV
Orelha reconstruída
A mãe conta que, após conseguir entrar em casa, viu o rosto do filho ensanguentado e percebeu que a cartilagem da orelha havia sido totalmente arrancada.
“Só pensei em pegá-lo e levar para o hospital. Ele foi o tempo todo no carro falando: ‘mãe, não chore, eu estou bem, não estou sentindo nada’. Falei para ele: ‘filho, Deus vai te guardar, esse milagre a gente vai contar, e todo mundo vai ficar sabendo o que Deus fez por você’.”
No hospital, os médicos perguntaram sobre a orelha, que foi levada depois pelos vizinhos do menino.
A criança foi transferida ao HC da Unicamp, onde passou por cirurgia para reconstituição da cartilagem. De acordo com a mãe, a cirurgia, que durou quatro horas, foi um sucesso.
“Fez a reconstituição, e a orelha dele ficou perfeita. Quando foi para o centro cirúrgico, o médico falou: ‘mãe, seu filho teve sorte, porque é muito difícil uma criança sair viva'”, destacou.
Menino atacado por pit bull em Nova Odessa teve a orelha reconstituída no HC da Unicamp, em Campinas
Arquivo pessoal
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