Distrito do Campo Grande está entre regiões mais críticas na metrópole. Levantamento do estado também mostra alta em Indaiatuba e Sumaré, enquanto Limeira e Piracicaba tiveram reduções. Em 4 anos, nº de denúncias sobre desmatamento dobra em Campinas
As denúncias sobre desmatamento em Campinas (SP) praticamente dobraram em quatro anos, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística em São Paulo.
O levantamento obtido pela EPTV, afiliada da TV Globo, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), mostra que entre 2018 e 2022 também ocorreram crescimentos de queixas em Indaiatuba (SP) e Sumaré (SP), enquanto Limeira (SP) e Piracicaba (SP) tiveram reduções no período avaliado. Veja abaixo detalhes na tabela.
O total de denúncias em Campinas subiu de 144 para 283, enquanto a soma no intervalo de cinco anos corresponde a 967. Entre as principais regiões afetadas está o distrito do Campo Grande, região onde residem pelo menos 190 mil habitantes distribuídos em aproximadamente 90 bairros.
Denúncias sobre desmatamentos na região
Denúncias sobre desmatamento em Campinas dobram em 4 anos
Reprodução/EPTV
Impactos
Entre as áreas de preocupação na metrópole está a Área de Proteção Ambiental (APA) do Campo Grande. No distrito, há fragmentos de florestas, uma vez que parte da formação original foi afetada ao longo do tempo por intervenções humanas, incluindo ocupações irregulares e queimadas.
As denúncias relativas à Campinas representam impacto equivalente a 1,5 mil campos de futebol.
“Após a pandemia foi onde a gente teve maior tempo para agressão ao meio ambiente. Foi quando a gente se uniu ao grupo de proteção ambiental do Campo Grande, e junto com a Conselho Gestor da Área de Proteção de Campinas [Congeapa] a gente começou a bater mais firme sobre essa devastação dentro da APA Campo Grande. É uma situação que preocupa”, falou o mecânico Marcelo Ferracini ao ponderar que a área tem proteção legal, e a situação pode ser pior em outros espaços.
O conselheiro da APA Campo Grande Marcos Joaquim de Oliveira mostrou à reportagem exemplos de áreas que foram urbanizadas de forma irregular e repentina, incluindo desmatamento, riscos e danos às nascentes existentes na região, e falta de replantios programados. Assista ao vídeo acima.
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O que será feito?
O secretário do Verde em Campinas, Rogério Menezes, explicou quais ações foram tomadas e estão previstas pela prefeitura para combater o desmatamento em Campinas.
Segundo ele, na região do Campo Grande há 11 áreas embargadas, neste ano já foram aplicados cerca de R$ 17,5 milhões em multas contra irregularidades e processos têm sido remetidos à Secretaria de Justiça para responsabilização de quem fez parcelamentos de terras sem aval do poder público.
“A partir de 2021, com a dificuldade que a pandemia impôs inclusive à fiscalização presencial, tivemos muitos proprietários rurais que se associaram a terceiros e fizeram parcelamentos ilegais, criminosos, em área rural de proteção ambiental. A atuação lá está sendo junto com a Polícia Civil, um inquérito que a DIG [Delegacia de Investigações Gerais] está presidindo para investigar os criminosos, identificar corretores que estão vendendo terras irregulares, os proprietários das áreas”, frisou o titular da pasta.
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